Queda do dólar ou valorização do real?

Queda do dólar ou valorização do real? O início de fevereiro surpreendeu os brasileiros com a excelente notícia de um dólar abaixo de R$ 5,00. Algo que não acontecia desde o meio do ano de 2022. Mas essa queda da moeda americana se deu por conta da valorização do real ou da queda do dólar? Embora ambas as coisas possam parecer semelhantes de primeiro momento, o fato é que ambos os contextos são muito diferentes.

O dólar comercial registra uma sessão bem incomum nesses últimos dias. Ele teve uma grande queda pavimentada principalmente pelas recentes decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. É evidente que o governo Biden não vem sendo muito saudável para a economia americana. 

E por outro lado, a economia brasileira não está na sua melhor fase já faz muitos anos. Situação a qual fez com que o real passasse por uma desvalorização constante. Mas agora ocorreu uma grande surpresa, com a queda do dólar chegando a uma mínima de R$ 4,94. A qual configurou uma  baixa de 2,45%, abaixo de R$ 5,00 pela primeira vez desde o mês de junho do ano passado.

Mas apesar da notícia ser positiva, a divisa foi se recuperando. E infelizmente voltou para a casa dos R$ 5 por volta das 15h do horário de Brasília. Logo em seguida o dólar fechou na casa dos R$ 5,04, com uma queda modesta de apenas 0,30%. Apesar de toda essa queda mais tímida, com o desempenho de hoje, o dólar passou a acumular uma perda de 1,30% na semana. Que configurou de 0,57% no mês e de 4,43% no ano.

A desvalorização ocorreu principalmente por conta do câmbio, o qual foi impactado principalmente pelas sinalizações dos bancos centrais americano e brasileiro. Com isso ocorre o fluxo de ingresso de capital estrangeiro após esses comunicados das decisões.

Diego Costa, Head de Câmbio para o Norte e Nordeste da B&T alegou que: “A respectiva magnitude das decisões já estava precificada através do mercado. E a expectativa era para o tom que seria adotado após elas”,

Agora os diretores do Federal Reserve aumentaram a taxa básica de juros dos Estados Unidos em uma pontuação de 0,25, e o percentual, para o intervalo de 4,50% a 4,75%. Além de reforçarem o compromisso de controlar a inflação do país. Enquanto Jerome Powell, presidente da instituição, sinalizou que a possibilidade de haver uma alta dos preços na maior economia do mundo pode estar controlada.

Os novos valores se dão pela queda do dólar ou valorização do real? O início de fevereiro surpreendeu os brasileiros com a excelente notícia de um dólar abaixo de R$ 5,00. Isso já não acontece a muito tempo, e é visto como um respiro para o real. Apesar de não ser um indicativo de que nossa economia esteja indo necessariamente bem.

Apesar da recente desvalorização, os títulos do tesouro americano,sempre foram considerados um dos ativos mais seguros do mundo. E por esse motivo atraem muito capital quando pagam retornos grandes. Com essas quedas consideráveis, no entanto, ocorre um movimento de saída de dinheiro dos Estados Unidos para outras economias. Algo bastante raro de se acontecer se tratando da maior economia do mundo.

Qual a previsão para o Real?

O Banco Central brasileiro, mantém a sua taxa Selic em 13,75%, porém o comitê de política monetária sinalizou que pode manter as taxas de juros brasileiras em patamares elevados por bem mais tempo. Para poder lidar com o risco fiscal.

O atual governo sinaliza que pretende gastar muito mais, mesmo com o Brasil em uma situação financeira já apertada. A autoridade monetária terá que manter a Selic em patamares bem elevados. Somente assim os investidores vão se sentir atraídos em trazer capital, ou manter esse dinheiro no país. Apesar de haver um risco maior de as contas públicas não serem cumpridas e honradas.

“Esses números, e taxas de juros, ficaram dentro do esperado nos 2 países, mas o que foi dito logo depois das tomadas decisões, tanto por Jerome Powell quanto por Campos Neto, é o que mudou o mercado”, afirma Fabrizio Velloni, que é o economista-chefe da Frente Corretora. “Isso altera muito a dinâmica. Muitos investidores que estariam mandando dinheiro para os Estados Unidos observando os juros, começaram a ver outros mercados de forma bem mais atrativa. E no Brasil, a sinalização de que não vamos ter corte das taxas, torna o investimento em renda fixa bem mais atrativo por hora”.

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